quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Turning grey

Me perco em meio a pensamentos e possibilidades esquecidas,
em instantes de amáveis mentiras,
reconfortante inverno de palácios construídos na escuridão e solidão de uma mente.

Quanto tempo uma pessoa precisa permanecer em nossas vidas para transformá-las?
Por quais experiências devemos passar até que nossos sonhos e expectativas sejam alterados?

Que intensidade maior e mais profunda poderia ter sido vivenciada para tornar tal castelo real?

Sigo meus dias com seu olhar na lembrança e o silêncio iminente do futuro abdicado e desmerecido.
Não há significado, não há razão ou coerência.

Busquei e questionei a verdade, procurei por um lampejo de importância... nada!

Olhei para a lua e para um milhão de estrelas, fechei os olhos, abri os braços, senti o vento no rosto e o balançar dos cabelos.
Meu corpo vive, vê e sente... somente.
Eu penso, desejo, lembro e vagueio pelo ar.
Percebo, aceito e abro os olhos, meros rascunhos de um passado.

Eu enxergo mil estrelas...

... e nenhuma.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aos momentos perdidos!

Querida Karen, 

Se está lendo isso é porque eu tive coragem de mandar.
Bom para mim.
Não me conhece muito bem, mas se deixar, tenho tendência de falar que tenho dificuldade para escrever.
Mas isso...
É a coisa mais difícil que já tive que escrever.
Não há maneira fácil de dizer então vou falar logo.
Conheci uma pessoa.
Foi um acidente, eu não estava à procura.
Foi uma tempestade perfeita.
Ela falou algo, eu também.
Quando vi, queria passar o resto da minha vida nessa conversa.
Agora estou com a intuição de que ela pode ser a mulher certa.
Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir, altamente neurótica.
Exige uma grande quantidade de renovação.
Ela é você, Karen.
Essa é a boa notícia.
A má é que não sei como ficar com você nesse momento.
E isso assusta pra caralho.
Porque se não ficar com você agora, sinto que nos perderemos.
O mundo é grande, mau, cheio de reviravoltas.
As pessoas costumam piscar e perder um momento.
O momento que poderia mudar tudo.
Não sei o que está acontecendo entre nós, e não sei porque deveria gastar seu tempo comigo.
Mas como o seu cheiro é bom! Como o lar.
E faz um ótimo café, isso tem que valer alguma coisa.
Me liga.

Seu infiel, Hank Moody.



Californication (2ª Temporada - 10º Episódio)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Promised Land

Dear friend,
I can't handle with all this shit anymore...
As ruas estão repletas dele,
as cidades, todo lugar,
todos os cantos estão cheios, envoltos pelo vazio
incrível e paradoxalmente.

Repugnante!
As pessoas estão desesperadas para sentir algo, qualquer coisa!
Pra ter atenção, para se apaixonarem...
O amor já passou de um estado de bem estar, o êxtase de um sentido pelo próximo, para um clichê.
E ainda para alguns, a idealização de um futuro feliz, um objetivo quase que impossível, visto que nunca há o contentamento com o presente, todos estão esperando sempre mais
sem ao menos saber se, de fato, há algo guardado em seus destinos,
outra palavra que precisa ser desvendada ou revelada, porque tem sido usada como ilusão, consciente e amortecente.
 
E assim, continuam a ocupar suas mentes, tempo, espaço e até seus corpos com qualquer outro, apenas para não se darem conta da realidade.
E no fim, descobrem que estes meros corpos viventes não eram os devidos merecedores.
E o pior, muitas vezes não se importam, não sentem pena do que foi perdido, não são abalados, NÃO SENTEM NADA! Voltam para o eco inaudível e permanente de seus gritos contidos por esperança, por qualquer coisa em que possam acreditar e se dedicar.
Esquecem... assim, como um dia ruim.
Voltam para a rotina com seus ideais individualistas, seus sonhos dormentes, seus olhares vagos, a falta do companheirismo, da ajuda ou do abrigo acolhedor.

Temo estar quase desse modo, como todos os outros, cega por opção, triste por conformismo, desleixada por falta de fé e confiança.
Como me dei conta? Da mesma forma que percebi não possuir mais arrependimento, o que tiver que enfrentar, qualquer consequência, assim o farei; E o perdão, posso apagar temporariamente ou decidir não pensar em algo ou alguém, mas não consigo perdoar nada feito contra mim ou contra aqueles que ainda contam com minha afeição (sempre tomei dores alheias, faz parte da minha personalidade), seja direta ou indiretamente, se me fez mal, não há desculpas que possam me convencer do contrário.

É esta a lucidez da vida,
aquela que faz com que siga em frente ou desista de qualquer demasiado esforço, porque, ao fim de tudo, poderá nada valer.



How you used to say: "the evil of this century is loneliness"



domingo, 19 de agosto de 2012

Your last song

Eu gosto do que faz mal, do que destrói,
do que fere.
Gosto do que nao se gosta, do que não se pode ter, do que todos desistem,
do que nunca é o suficiente.
Aprecio o que outros morrem buscando,
o som esmagador do breu
onde ninguém consegue habitar senão o indecifrável "nunca alcançar".

Gosto do frio da solidão nas noites mortas
e do olhar triste e soturno.

Gosto do que é silencioso e nada mais do que uma vontade esquecida
frente ao poder do tempo e a intolerância da distância.

Da ferida,
a dor da perda,
as palavras que não foram pronunciadas,
as chances que não foram aproveitadas,
os olhos que não mais se cruzaram.

Do que envelheceu e morreu,
que não será recordado, lamentado, ao menos querido.

Aprecio o pesar do momento quando lento e a acidez das lágrimas não correspondidas,
lembrar do último segundo cheio de incerteza e mentiras,
do último toque sem calor ou excitação,
do dissimulado.

Reflito em tudo o que foi feito e o que não será,
No que foi deixado de lado, no aglomerado de abandonos.

Gosto de sofrer com a recordação do sorriso e da voz...

...cortante!
Entre mil vozes e sentimentos, são dos seus que me lembro.
Seu gosto,
cheiro,
sua tortura.

E é toda essa sensação tóxica que vou carregar,
depois um novo molde será feito dos vestígios ainda viventes
mas nada será tão puro, honesto ou completo,
porque vez após vez tudo é levado.

Mais uma queda, um furto, um vazio.

Pobre coração.

domingo, 5 de agosto de 2012

Just a few words

Hoje tive um lampejo do que já senti,
uma espécie de saudade, vontade e culpa, claro que não era por você, mas pelo modo como eu acreditava ser especial.
Sentimento sutil,
ao mesmo tempo que deixou uma tristeza misturada com perda e desencanto.
Uma sombra do que já foi, sem dúvida.
Sentimento tênue e mórbido,
assim como você,
superficial, vazio e inerte.
Mantenha-se onde estiver!
Não há lugar, vontade ou mutuosidade
que sejam relevantes, passageiros ou o suficiente
por seu permanecer,
fique onde estiver e leve qualquer pedaço de loucura que tenha inserido em minha vida,
todo o mal que tenha causado.
Leve a desconfiança, o ser inseguro e a dor.
Nada significa e nada de bom posso guardar,
mas não esqueça de deixar-me como eu era
sem cicatrizes.






Obs.: Esta carta foi encontrada em pedaços.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Me refaço

A lucidez me aflige.
Saber e não saber do que acontece e o que está a caminho me faz vagar e aguardar por uma simetria da qual não tenho certeza haver...
Predestinação? Não sei.
Mas sinto que os ventos movem nossos destinos, os aproximam com pequenos detalhes que juntos formam uma harmonia meticulosa.


Intragáveis dias e noites tenho passado em busca de sinais, qualquer faísca capaz de significar meus atos e escolhas.
Vou sempre ao mesmo lugar, sempre com a esperança de o sentir...
Esvazio a mente e passo horas a meditar sobre sua ilusória presença e o efeito que possui....
Vejo em seus olhos mais de mim do que eu mesma posso ser...
Sinto sua solidão e ela parece tão minha...


Talvez seja esta a tal da sincronicidade, o nosso coexistir a razão para que eu não me perca.
Dessa vida que é tão dependente de outra.
Desses sonhos que são tão meus quanto seus.
Sem dúvida desse entendimento mudo que ninguém mais teria senão nós.


Me faço e desfaço, desapareço e me reinvento...


Em você.

domingo, 24 de junho de 2012

Outside

Ouço a chuva, sinto o ar gelado que traz consigo...
Olho pela janela, o vento sopra e leva uma folha ao chão, a cada gota ela se move, mas ainda está ali, singela em sua perfeição.

O imagino... tento buscar lembranças para me agarrar e crer que é real. Tenho tão pouco...
Quero lembranças, muitas! Para que não exista lugar sem esbarrar em sua presença, onde não encontre a solidão na sua distância e que não tenha o silêncio que é hoje, sem a sua voz.

Quero um oceano de memórias e momentos, me afogar e depender apenas de sua respiração.

Os dias passam e ainda espero...
Peço para que o tempo não o afaste...



Janela fechada.



domingo, 29 de abril de 2012

O "Devaneios"

O blog Devaneios surgiu com o intuito de retomar a beleza das cartas e declarações afetivas, uma vez esquecidas pela rapidez e tecnologia, hoje, existentes.

Porque nada é mais tocante e belo do que o sentimento vivente numa folha escrita há quilômetros de distância, na esperança de aquecer e acalmar o coração daquele que a lê.

As palavras podem ser usadas com diversas estruturas, então que sejam as mais belas.

sábado, 28 de abril de 2012

Despedida

Nesse momento, a distância se faz entre nós, não sei quando terá conhecimento dos sentimentos que declaro. Espero que em tempo de causar-lhe um sorriso, que seja.

O que precisa saber é que nao suporto o fato de ter que dizer-lhe adeus, nem a sombra da realidade esmagadora que sobrepoem-se em meus desejos.

Dentro do que sou encondem-se mil pensamentos, uma tormenta de anseios que vão ao seu encontro. Como o almejar de um novo dia, por saber que nele o seu sorriso se fará presente, e carregará o meu.


Posso não ter muito, mas tenha certeza de que tudo o que tenho pode ser seu.
Me consome a ideia de que possa esquecer-se de tudo o que compartilhamos. Saiba que está no posto íngreme e inquestionável de singular.
Jamais duvide de minhas vontades, da verdade que meus olhos transbordam.
Não conteste minhas palavras.
E quando a escuridão da noite possuir seu olhos, peço para que pense em mim, pois neste exato momento, estarei entorpecida com nossas lembranças...
Guarde nossa história, guarde meus sorrisos e sussurros, até mesmo as declarações que não obtiveram, em sua realização, o retribuir.
Perdoe-me se em algum momento deixei de dar-lhe a atenção merecida, tenha certeza de que se o fiz, foi apenas pelo medo de não a receber em troca, pois ter a dúvida pareceu-me mais sensato do que perder um dos motivos que me levam a você, que é esta sensação de ser única perante seus olhos.
  
Recordo do dia em que perguntou-me sobre meus sonhos....
Hoje, dentre eles há um sonho audaz, daqueles que não podemos realizar mas não abrimos mão...você!
Jamais desfaça-se dos sentimentos que entreguei...
  
Deito, fecho os olhos, ao menos posso deleitar-me com estes fios de esperança de que retorne.


Imagino seu abraço...

... agora posso dormir.